SILVIO
COSTA ACREDITA QUE OPOSIÇÃO PODE AJUDAR A REELEGER BOLSONARO
Por Silvio Costa,
ex-deputado federal
O
cardápio eleitoral que as oposições estão preparando para as eleições de 2022
está deixando Jair Bolsonaro com água na boca. A oposição de esquerda já
apresentou três pratos requentados e sequer teve o discernimento de apresentar
uma nova receita para o Brasil.
Como
político, ex-parlamentar e cidadão, tenho grande respeito por Fernando Haddad
(PT), Ciro Gomes (PDT) e Guilherme Boulos (PSOL), entretanto considero que
eles, como lideranças nacionais, estão priorizando projetos partidários em
detrimento do futuro do país. É a velha teoria do umbigo ou, como dizemos no
Nordeste, repetindo o ditado popular: “farinha pouca, meu pirão primeiro”.
É
inacreditável que, até pela experiência política que possuem, não compreendam
que ‘a esquerda dividida e sem uma proposta de gestão para o país não vai
chegar a lugar algum’. Aliás, eles não vão chegar a lugar nenhum,
ressalto.
A
oposição de centro-direita está cozinhando direitinho para o Messias, o Jair
Bolsonaro. O João Dória (SP), ex-futuro candidato a presidente pelo PSDB,
engoliu a corda de Bolsonaro e se enforcou. Suicidou-se. Ainda bem, entendo
assim. Pois, duvido que um político com o perfil do governador de São Paulo
consiga sensibilizar os menos favorecidos do Brasil. Dória sabe que não
consegue passar em qualquer pesquisa qualitativa de candidatos.
Além
do mais, o PSDB nunca aprendeu a conversar com o Norte e o Nordeste, permanece
um partido decadente do Sudeste que terá dificuldade de voltar a eleger um
presidente da República.
Reconheço
que a oposição de centro-direita tem no seu cardápio pratos novos, como o
governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite - que é tucano fora das asas de
Dória e Aécio Neves -, um dos melhores quadros do Brasil, o ex-ministro
Henrique Mandetta (DEM), uma grande revelação da política brasileira, e o
apresentador de TV, Luciano Huck, que semanalmente entra na casa de milhões de
brasileiros e brasileiras.
Não
conheço Huck, mas tenho informações de que ele sabe o que diz. Não descarto o
senador Rodrigo Pacheco (DEM) - atual presidente do Congresso, político sério e
preparado -, que por ser das Minas Gerais teria uma largada eleitoral
fortíssima. Não levo a sério a pseudo-candidatura do ex-juiz e ex-ministro
Sérgio Moro, até porque uma parcela da população gosta de ouvir “estórias de
traição”, mas não gosta do traidor. Moro, hoje, é repelido pela esquerda, pela
direita ideológica e não é nenhuma unanimidade na centro-direita.
As
oposições brasileiras precisam voltar à sala de aula e, mais uma vez, estudar
matemática e filosofia, ciências que têm tudo a ver com a política. Necessitam
entender que esse movimento autofágico é uma conta de dividir, e mais do que
nunca o Brasil precisa somar. É preciso que a oposição de esquerda compreenda
que não basta ter cheiro de povo, tem que ter também cheiro de mercado; e a
oposição de direita entenda o contrário, que não basta ter cheiro de mercado,
precisa também ter cheiro de povo.
O
presidente Jair Bolsonaro sabe que, mesmo com a eventual candidatura do general
Hamilton Mourão, seu atual vice, que vai lhe tirar votos mais à direita, ele
estará no segundo turno. E sabe que a direita se une muito mais rápido e fácil
que a esquerda. Bolsonaro sabe, ainda, que as esquerdas não se reciclaram e
dificilmente terão discurso para ganhar a eleição de 2022. Ele está consciente
de que, se conseguir dividir a oposição de centro-direita, terá o melhor dos
mundos. No segundo turno seria o dualismo esquerda x direita.
Considero
que, se a oposição de centro-direita tiver juízo e pensar no Brasil, deixando
de lado os projetos partidários e pessoais e lançando um candidato único, terá
reais condições de ir ao segundo turno, podendo cozinhar um prato indigesto
para Jair Bolsonaro.
0 Comentários
Comente com responsabilidade, não ofenda nem denigra e identifique-se.