Na última quinta-feira (03) a
notícia do fechamento da UPA Cleonides Tenório Cavalcante, em Bom Conselho foi
difundida em vários veículos de comunicação com inserção no agreste e na
capital. Em nota a prefeitura esclareceu o que de fato aconteceu para o
fechamento da UPA Dida Tenório. CONFIRA A NOTA.
Às vésperas da mudança da
gestão municipal de Bom Conselho, uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA),
inabilitada para funcionar, foi inaugurada. Isso porque, para o Ministério da
Saúde (MS), a obra do prédio não foi concluída, o que impossibilitaria sua operação,
colocando em risco a segurança de funcionários e pacientes.
No dia 27 de dezembro, a UPA
Cleonides Tenório Cavalcante iniciou seus serviços. O incomum foi constatar
inúmeros problemas físicos e estruturais no espaço, como vazamento de
canos, infiltração nas paredes, disjuntores sem identificação, portas empenadas
e sem trancas, inexistência de cisterna, pias e camas hospitalares
enferrujadas, aparelhos de ar-condicionado sem correta instalação, sistemas de
incêndio e alarme inoperantes; além da ausência de cisterna, alvará de
vigilância sanitária e projeto do Corpo de Bombeiros.
Essas são algumas das
irregularidades encontradas no local, que esteve em projeto por mais de seis
anos e foi viabilizado por meio de parceria com o Governo Federal, através de
emendas parlamentares. A UPA, conhecida pela facilidade de atendimentos e tempo
de espera reduzido, não substitui o pronto-socorro, que está localizado no
hospital. No entanto, foi exatamente essa transferência que ocorreu no
município.
A nova administração, conduzida pelo secretário de Saúde José Zenício, médico há mais de 40 anos, esclarece o processo. “A emergência saiu do hospital e passou a funcionar na UPA. Isso não poderia ter acontecido. Mesmo que haja uma UPA, é necessário que o hospital continue seus atendimentos”, explica.
“No papel, Bom Conselho não possui UPA, porque a instalação exigida pelo Ministério da Saúde não foi concluída”, acrescenta o médico.De acordo com relatórios e dados do Sistema de Monitoramento de Obras (SISMOB), responsável por acompanhar o andamento de obras financiadas com recursos federais na área da saúde, a Unidade de Pronto Atendimento está em processo de cancelamento desde 14 de fevereiro de 2024. No entanto, documentos que podem ser acessados aqui mostram que um pagamento único de R$ 2.200.000 foi realizado, e a previsão de conclusão total da obra era para 30/10/2021.
O mesmo arquivo comprova que o antigo gestor municipal foi
notificado e tinha conhecimento da situação. Ainda assim, realizou a
“inauguração” com 98% da obra concluída, o que impede o município de receber
verbas ou recursos para a unidade, já que ela ainda consta como inacabada.
Conforme expõe o diretor
hospitalar Willans Ferreira, na instalação da UPA também foram identificadas
tomadas sem tampas, piso manchado com restos de tinta e materiais de
construção, controle de cama quebrado, banheiros sem sistema de exaustão,
gerador incompatível com a estrutura e posicionado do lado de fora da unidade,
equipamentos sem correta acomodação, sala de Tecnologia da Informação (T.I.)
sem refrigeração e com fios expostos, ausência de apoio lateral nos banheiros
para Pessoas com Deficiência (PCD) e uma sala que deveria ser destinada ao
expurgo funcionando como depósito da farmácia.
Hospital passa por reformas
antes de retomar os atendimentos
Considerando a saúde e
segurança de funcionários e pacientes, antes do retorno para o hospital, o
prédio passou por reformas para aprimorar a infraestrutura e organização. Após
a conclusão, toda a estrutura de emergência, incluindo materiais, objetos e equipamentos
essenciais, retornou ao local de origem, no Hospital Monsenhor Alfredo Dâmaso.
Somado a isso, passaram a ser disponibilizados três médicos plantonistas
diários, e um Ambulatório Médico de Especialidades, com 13 áreas distintas, foi
inaugurado para aprimorar os serviços. Saiba mais aqui. “Desde o dia em que
assumimos, percebemos diversas inadequações e estruturas montadas de
maneira incorreta. Então, o retorno da emergência para o hospital foi a decisão
mais acertada para garantir um atendimento seguro para todos”, informa Willans
Ferreira. “É nítido que a estrutura não está concluída. Temos que revisar todos
esses pontos e realizar as correções”, declara.
Nesse sentido, José Zenício
afirma que as primeiras ações estão focadas na
regularização. “Estamos em contato com o Ministério da Saúde para explicar a
situação. Não queremos que a UPA continue em processo de cancelamento e iremos
batalhar por isso. Há muito trabalho a ser feito”, enfatiza o secretário.
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