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Advogado Bruno Martins escreve sobre a saída de Douglas Cintra da SUDENE


Advogado Bruno Martins escreve sobre a saída de Douglas Cintra da SUDENE


Não tem comparação

Criada no governo do então presidente Juscelino Kubistchek, a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste mais conhecida por SUDENE, surgiu dada a necessidade de coordenar o desenvolvimento do Nordeste como forma de reduzir os processos de desigualdades sociais, econômicas e regionais que ainda é um desafio em nosso país.

Por ser uma autarquia federal, vinculada diretamente ao Presidente da República, cabe a este decidir em ato político-administrativo quem comandará essa poderosa e importante instituição.

Mesmo com importância política e administrativa, há muito que a Superintendência estava esquecida, quase abandonada, sem oxigênio, convalescendo no marasmo da incompetência politica e administrativa, sem apontar caminhos e soluções para o desenvolvimento do Nordeste.

No início do ano, o atual presidente da República nomeou para ocupar o posto de Superintende da SUDENE o competente empresário, Ex-senador da República, entusiasta da atividade empresarial e experiente articulador político, Douglas Cintra.

A nomeação de Douglas Cintra provocou uma euforia nos setores produtivos não apenas de Pernambuco, mas de todo o Nordeste. Diversos veículos de comunicação noticiaram a nomeação como um fator que permitiria a SUDENE realizar o que está dito na lei, articular e promover o desenvolvimento de toda uma região.

Logo que tomou posse, Douglas Cintra removeu a poeira da autarquia, convidou empresários, a imprensa e outros organismos governamentais e não governamentais a participarem de um projeto e esforço conjunto de reconstrução da SUDENE, fazendo sair do papel temas que colocariam o Nordeste no topo dos níveis de desenvolvimento econômico e social.

Mas, como a política tem sua dinâmica, muitas vezes incompreensível. A nomeação de Douglas Cintra para a SUDENE gerou desconforto em alguns conterrâneos e políticos que se intitulam defensores e “pregadores” da nova política, sobre o pardo argumento de que o ex-senador teria participado do governo anterior ao atual. Quanta maledicência nesses argumentos.

Esses adeptos da “nova política” se dedicaram a criar factoides e compartilhar fake news com o objetivo principal de forçar a exoneração de um homem que comprovadamente é um empresário bem sucedido e um dos mais atuantes parlamentares pernambucanos que estiveram ocupando uma cadeira no Senado.

Esqueceram os adeptos da “nova política” que o enredo poderia ser pior que a encomenda. Recentemente a imprensa noticiou a exoneração de Douglas Cintra do cargo de Superintende da SUDENE, nomeando em seu lugar o genro de Cássio Cunha Lima, ex-governador cassado por crime eleitoral e ex-senador delatado em depoimento de executivo da Odebrecht por ter recebido 800 mil reais em propina.

Bem. Depois dessa fico sem entender onde está a nova política. Se a substituição do Douglas Cintra se desse por alguém mais qualificado eu evitaria falar no assunto, mas pelo visto o que prevaleceu nesse momento foi uma nomeação que não tem comparação, com os mesmos trejeitos e adjetivos da conhecida e velha política.

Perde o Nordeste e mais ainda o Brasil.

Bruno Martins. Advogado. Especialista e Mestrando em Direito Eleitoral. Ex-Procurador Geral da Câmara Municipal de Caruaru.

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